terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Delegado será indiciado por morte de motociclista cachoeirense

Moto da vítima foi levada à época para a delegacia para perícia 
Foto: Rogério Marques

A Polícia Civil de Taubaté deve indiciar por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) o delegado da Receita Federal de São Paulo, José Aparecido Dias, 46 anos, acusado de atropelar e matar o motociclista Marcelo dos Santos Cardoso, 25 anos. 
Dias poderá se livrar de ser indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar) porque exame clínico constatou que ele não estava alcoolizado, apesar de testemunhas e policiais afirmarem o contrário. 
No boletim de ocorrência consta que ele se negou a fazer o teste do bafômetro e que exalava cheiro de álcool.
O acidente aconteceu no dia 15 de novembro do ano passado, no km 115 da via Dutra, na pista sentido Rio de Janeiro, em Taubaté. 
A vítima chegou a ser levada pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Regional, mas não resistiu e morreu.
“As investigações estão bastante avançadas. Já ouvimos diversas testemunhas e ainda falta ouvir algumas de São Paulo, o que não permite a conclusão do inquérito”, disse José Luis Miglioli, delegado do 1º Distrito Policial de Taubaté. 

Tragédia. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o delegado da Receita teria batido o carro (um Pajero) na motocicleta que, com a colisão, ficou prensada no veículo que estava à frente.
Mesmo após o acidente, Dias teria engatado a marcha à ré e fugido pela direita. O motociclista ficou enroscado debaixo do carro e foi arrastado por 30 metros.
“Apuramos o acidente e temos mais de uma testemunha. Todas elas dizem a mesma coisa, que o condutor do veículo negou socorro”, disse à época Edney Meirelles, inspetor da PRF de Taubaté.
O professor Valnei dos Santos Souza, 36 anos, é uma das testemunhas que viu o motociclista pedir socorro. “Ele (delegado) foi totalmente imprudente. Bati no vidro do carro, gritei dizendo para ele não andar porque ia passar em cima do rapaz e, mesmo assim ele deu a ré, passou por cima e fugiu.”

Outro lado.
 Dias foi procurado ontem, mas não retornou às ligações até as 22h. 
Um dia após o acidente, ele disse a O VALE que outro motorista seria o responsável pela batida. Segundo ele, o motociclista colidiu com um outro veículo, derrapou e apenas encostou no carro dele. 
“O trânsito estava quase parado, a moto surgiu do nada e colidiu no Corsa (onde estava Valnei Souza). Vi que não era comigo e segui minha viagem. Não dei marcha à ré, não atropelei e também não estava alcoolizado”, disse è época.


Família. A vítima era de Cachoeira Paulista e morava em Taubaté na casa de familiares havia menos de um ano. Ele trabalhava como manobrista e voltava para casa. A família acredita que houve imprudência do delegado e afirmou que diz estar juntando provas.
“Emagreci 20 quilos e estou fazendo tratamento psicológico. Meu pai se acabou. É um absurdo dizer que esse homem não fez por mal quando mais de 10 pessoas afirmam que ele olhou pela fresta da janela do carro. Vamos provar que ele teve a intenção de matar meu irmão”, disse Maurício Cardoso Neto, 30 anos. 


Reportagem Michele Mendes/O VALE

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