No topo da violência, a RMVale recebeu apenas 5,8% da frota de novas viaturas das polícias civil e militar adquiridas pelo governo de São Paulo, desde 2011, período da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) no Estado. O governador deixou o cargo nesta sexta-feira, 6, para dedicar-se à sua candidatura a Presidência da República.
Dados oficiais do Estado apontam que, em sete anos de mandato, Alckmin investiu R$ 763 milhões na aquisição de 13.996 viaturas policiais para o Estado de São Paulo, o equivalente a dois mil veículos por ano, em média. A Polícia Militar recebeu 10.355 viaturas, que tiveram um custo total de R$ 522 milhões. Já com a Polícia Civil, o governo gastou R$ 241,1 milhões na compra de 3.641 carros no período.
Apenas 818 das novas viaturas foram distribuídas na região do Vale do Paraíba, sendo 595 para a Polícia Militar e 223 para a Polícia Civil, totalizando um investimento de 43,2 mi. Juntas, as duas polícias têm uma frota de 24 mil carros no Estado.
A maior queda de compras de viaturas foi registrada em 2016, quando o governo de São Paulo adquiriu apenas 51 carros para as Polícias Civil e Militar. Entre 2012 e 2014, a PM paulista recebeu 4.943 carros.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que "a distribuição de viaturas é feita a partir de critérios técnicos e consideram, entre outros pontos, a frota e o efetivo existentes na região".
HOMICÍDIOS
Além de ser a região do interior de São Paulo com o maior número absoluto de homicídios, a RMVale possui a maior taxa de vítimas de homicídios a cada 100 mil habitantes, tendo mais do que o dobro do índice registrado na capital, por exemplo -- no Vale a taxa atualmente é de 13,28 vítimas a cada 100 mil habitantes, enquanto na capital o índice é de 6,53. Na média, o estado tem taxa de 7,74 e o interior de 7,82. A segunda taxa mais alta é a da região de Araçatuba, com o número de 10,48, seguida de Campinas com 7,51.
Em cerimônia no palácio dos Bandeirantes nesta sexta-feira, 6, Alckmin se despediu do posto de governador de São Paulo e passou o bastão para seu vice, Márcio França.
"A partir de hoje (sexta) esta missão será transferida às boas e competentes mãos do governador Márcio França. Ele sempre foi um companheiro leal e presente em todos os momentos importantes deste meu governo, desde 2015, e continuará a ser. Sabe o que faz e, tenho certeza, fará um grande trabalho", afirmou Alckmin.
Alckmin deixa um déficit de 30% na Polícia Civil; carência atinge 19 municípios no Vale
Geraldo Alckmin (PSDB) deixou o cargo de governador nesta sexta-feira, 6, com um déficit de 30% no efetivo de policiais civis no estado de São Paulo. O déficit da Polícia Civil é, hoje, de 12.274 cargos. Existem 41.912, mas apenas 29.638 estão preenchidos Há uma carência hoje de 615 delegados de polícia, de acordo com o Defasômetro do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de SP), atualizado no dia 31 de março.
A RMVale tem pelo menos 19 cidades (48%) com déficit no efetivo da Polícia Civil, entre os cargos de delegado, investigador, escrivão, agente, papiloscopista e carcereiro. A informação é de um levantamento feito pelo Sindicato, obtido com por OVALE.
Jacareí lidera o índice com déficit de 55 policiais e Taubaté é segundo com 34.Completam a lista, Cruzeiro (16), Pindamonhangaba (16), Campos do Jordão (12), Tremembé (10), Cachoeira Paulista (8), Lorena (8), Caçapava (7), Ubatuba (7), Redenção da Serra (5), Guaratinguetá (4), Ilhabela (4), São Luiz do Paraitinga (4), Monteiro Lobato (3), Piquete (3), Areias , Canas e Silveiras têm um cada..
Danilo Alvim/O Vale
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