O turismo sempre foi um dos caminhos da região em busca de investimento externo. Com esse foco, Cruzeiro trabalha para retomar o trem turístico que ligava a cidade ao Sul de Minas.
O projeto volta a ser debatido em reunião no próximo mês, com representantes de sete municípios cortados pela linha (Cruzeiro, Passa Quatro, Itanhandu, Pouso Alto, São Sebastião do Rio Verde, São Lourenço e Soledade de Minas), que vão avaliar a retomada.
O projeto volta a ser debatido em reunião no próximo mês, com representantes de sete municípios cortados pela linha (Cruzeiro, Passa Quatro, Itanhandu, Pouso Alto, São Sebastião do Rio Verde, São Lourenço e Soledade de Minas), que vão avaliar a retomada.
Um dos idealizadores da volta do trem, o vereador Sérgio Antônio dos Santos (PDT), chegou a trabalhar a proposta na década de 1990, quando ocupou o cargo de vice-prefeito no governo de Hamilton Vieira Mendes, e chegou a assumir o Executivo.
Na época, a Prefeitura conseguiu retomar a viagem entre Cruzeiro e São Lourenço-MG, mas depois de problemas com investimento, o projeto foi mais uma vez abandonado. “Em 1994, iniciamos o projeto para a volta do trem. Tivemos na época o trabalho de uma pessoa importante, o ex-ferroviário sr. Pereirinha (Benedito Pereira da Silva), que nos ajudou. Hoje estamos em busca de quem entenda e queira investir nisso”, destacou Santos.
Outra reunião pela volta do projeto será realizada em Brasília, com a participação de deputados paulistas e mineiros, no Ministério do Transporte. Nesta sexta-feira, o grupo que trabalha a volta do trem turístico passou pela cidade de Miguel Pereira, no Rio de Janeiro, que está ativando um trecho entre a região urbana e um bairro rural, Governador Portela.
“Essa situação é bem parecida com a nossa. É importante avaliarmos a forma como isso vem sendo trabalhado, para acharmos um bom caminho para termos de novo o trem aqui”, exaltou o vereador, que lembrou ainda a possibilidade do projeto englobar o sistema do “Trem da Fé”, uma concepção do Estado que liga cinco pontos do turismo religioso na região por meio de um trem turístico. As cidades atendidas são Aparecida (Santuário Nacional), Guaratinguetá (Catedral de Frei Galvão), Lorena (Basílica de São Benedito), Canas (sede nacional da Renovação Carismática) e Cachoeira Paulista (Canção Nova e Santuário de Santa Cabeça).
Ainda em definição, o projeto tem expectativa de orçamento em cerca de R$ 30 milhões. Em busca do investimento, a cidade contatou empresários para garantir aporte, além do apoio federal. “Estamos trabalhando em uma parceria com Prefeituras, Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura) e empresários. Convocamos vários empreendedores, principalmente os ligados ao turismo”, contou.
A proposta é que o trem Cruzeiro-Sul de Minas funcione durante os finais de semana. O maquinário seria o mesmo do período em que a linha estava ativa. A locomotiva está em reforma em Passa Quatro-MG.
História – A construção da estrada de ferro Minas-Rio, também conhecida como estrada de ferro Rio Verde, começou em abril de 1881. Quatro anos depois foi aberta e estendida para chegar a Cruzeiro.
Sem investimento para manutenção, aos poucos a ferrovia, locomotivas e vagões foram sucateados. Dos 170 quilômetros, apenas 20 continuam em uso, mantidos pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), com as linhas do Trem da Serra da Mantiqueira em Passa Quatro e o Trem das Águas, que liga São Lourenço a Soledade de Minas (linha que terá ligação com Cruzeiro).
Atualmente, o “Trem das Águas” é tracionado por uma autêntica locomotiva a vapor, com dois modelos, o 327, uma locomotiva inglesa de 1928 e o 1424, norte-americana de 1927. O trem é formado por até oito carros de passageiros, sendo na maioria antigos carros de madeira e dois antigos carros de aço carbono.
Francisco Assis /Cruzeiro/Jornal Atos
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