sexta-feira, 10 de julho de 2015

Família vela por duas horas corpo de outro homem

Em menos de 24 horas, a família do comerciante Josué Domingos Sacilotti, 49 anos, passou por dois traumas: a morte dele em São José dos Campos, na última quarta-feira, e a troca do corpo antes do velório.
Ao invés de o corpo de Sacilotti ter sido levado para Cachoeira Paulista, onde seria velado e enterrado ontem por parentes e amigos, foi despachado para Barueri, na Grande São Paulo.
No lugar dele, os familiares do comerciante velaram por duas horas o corpo de João Assis de Carvalho, 48 anos, que também morreu em São José na última quarta-feira. O corpo de Sacilotti foi transportado para Barueri.

Hospital. Ambos estavam internados no Hospital Municipal, de onde os corpos foram retirados. Ainda não se sabe com certeza quem foi responsável pela troca dos corpos: se a funerária de Cachoeira, que retirou o primeiro corpo, ou o Hospital Municipal.
Ameaçando procurar a polícia e a Justiça, a família do comerciante passou duas horas em agonia antes de ter certeza da confusão. “Olha, é uma situação que a gente não quer ver ninguém passar. Foi muito triste, uma agonia que não acabava”, disse Elizabeth Sacilotti, prima do comerciante.

Tatuagem. Foi preciso uma tatuagem para tirar a prova de que o corpo velado em Cachoeira não era mesmo o de Sacilotti, que morreu em decorrência de uma cirrose.
Segundo familiares, o corpo estava “inchado e escurecido” e eles chegaram a pensar que se tratava de sequela da cirrose. Mas feridas nos lábios e diferenças físicas com o comerciante levantaram mais dúvidas. Até que alguém resolveu abrir a camisa do morto e constatou que não havia ali a tatuagem do “F” que Sacilotti fizera em homenagem à esposa, Fernanda. Ele tinha dois filhos.
Assim que se confirmou o erro, a funerária Nova Vida, de Cachoeira, que trouxera o corpo do comerciante na tarde de ontem, responsabilizou-se por fazer a troca com a funerária Central, de Barueri. Eles trocaram os corpos em São José, na madrugada de ontem. O enterro de Sacilotti e o de Carvalho foi realizado na manhã de ontem, desta vez na cidade correta.
A família do comerciante estuda acionar os responsáveis pela troca na Justiça.
Até as 18h, nenhum Boletim de Ocorrência sobre o caso havia sido registrado em delegacias de São José ou de Cachoeira Paulista.
Segundo a polícia, para configurar crime será preciso confirmar que houve dolo na troca do corpo.

Outro lado
HM nega erro em procedimentoO Hospital Municipal de São José informou, em nota, que “todos os procedimentos foram cumpridos” para a liberação, que ocorreu “mediante a apresentação do guia de sepultamento pelas respectivas funerárias”. Disse ainda que tem a documentação e que irá prestar todas as “informações necessárias”. A funerária Nova Vida, de Cachoeira, não comentou ontem o assunto.
Fonte: O Vale

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EM BREVE RETORNAREMOS. AGUARDEM!!!