Em algum lugar nesta cidade…
Ele ainda era um menino. Uma criança. Nascido numa família humilde – pai funcionário público e mãe dona de casa – tinha outros quatro irmãos, seus “alunos”… Sim, porque desde muito cedo já transparecia sua inclinação para a arte de educar.
Aluno de escola pública, em todo seu percurso escolar, sempre se destacou com as melhores notas e por seu comportamento exemplar. Os professores só tinham elogios para este menino tão especial. Na primeira série, ao final do ano letivo, foi condecorado com medalha de honra ao mérito por ter sido considerado o melhor aluno da classe. Nas séries seguintes, o feito se repetia. Os pais, ah, os pais! Era só alegria. Das reuniões escolares, a mãe voltava orgulhosa pelo desempenho do filho. ‘Menino de ouro’ – ela dizia.
Numa dada ocasião, na 4ª série, graças ao seu comportamento, ajudou a professora a resgatar um colega de mesmo nome, que mais falava e atrapalhava as aulas do que estudava. Bastou a professora colocar o falantejunto do comportado, que o problema cessou. Em outro momento, já na 6ª série, foi elogiado por sua professora perante todos os colegas, porque depois de um mês afastado por motivo de saúde, retornava às aulas com todo o conteúdo da matéria em dia e com trabalho de pesquisa realizado.
E assim foi toda sua trajetória escolar, sempre alimentando seu sonho de ser professor, de ser um educador por excelência!
E, apesar de muitas falas contrárias ao desejo por ele alimentado de ser professor, a decisão tomada foi ao encontro de seu sonho: matriculou-se no curso de formação de professores. E, mais uma vez, destacou-se como o único aluno em meio de tantas alunas professorandas. Tanto, que na solenidade de formatura, foi aplaudido de pé pelas colegas que lotavam o anfiteatro. Ali, naquele momento, diante de tanta ovação, vinha a certeza da escolha: ser professor – educador por excelência!
E, assim, a caminhada continuou… Graduou-se na área da educação. Aprofundou seus estudos em gestão e doutorou-se em políticas públicas educacionais, sem, contudo, perder a humildade. Conversava com todos com tamanha simplicidade, que deixava boquiabertos seus interlocutores.
Exerceu cargos importantes nas esferas municipal, estadual e federal, deixando contribuições inequívocas e um legado único para a educação. No entanto, nunca negou: sua grande paixão era a sala de aula. A alegria de entrar a cada início de ano em uma nova turma e recomeçar. Renovar-se a cada período letivo significava rejuvenescimento certo. E é por isso que ele sempre dizia: “sou muito mais jovem que os meus colegas que se aventuraram em outras profissões”.
Vivenciava a riqueza do acolhimento, da presença pedagógica, da participação efetiva na vida de cada um dos meninos e meninas que educou. Era extremamente respeitado por todos os seus alunos, pois, antes de tudo, os respeitava em todas as suas dimensões. Não era à toa que, em todos os anos, lá estava ele como homenageado nas solenidades de formatura.
Em certa ocasião, numa conversa despretensiosa, ele me disse que nascera para educar. Para ensinar, aprendendo e para aprender, ensinando. E, confesso, mais do que as palavras, sua história de vida transpirava essa verdade.
Hoje, seu universo é mais amplo. Fala de educação para o mundo. Fala de coisas que vivenciou e ainda vivencia no ato de educar, no exercício de ser professor. Com muito orgulho! E, em cada encontro com educadores, acrescenta: precisamos fazer a diferença em favor das gerações que estamos educando!
Ficção projetada a partir da realidade…
Parabéns a todos os mestres, que neste 15 de Outubro, Dia consagrado ao Professor, deveriam ser reverenciados por toda a sociedade!
Eduardo Ferreira de Castro.
Especialista em Educação com ênfase em Gestão Educacional.
Diretor de Escola e Consultor Educacional.
Publicado no Portal MixVale
Nenhum comentário:
Postar um comentário