Situado entre as divisas de Minas e do Rio de Janeiro, esse trecho do extremo leste de São Paulo reúne a riqueza da cultura paulista, carioca e mineira. Viveu o auge econômico durante o ciclo do café, quando era passagem dos tropeiros que ali pousavam para prosseguir a viagem. Esta região chegou a ser a mais rica do Brasil. No séc. XIX detinha 50% da produção e comercialização de café, tendo sido, inclusive, o maior exportador. O tempo dourado das riquezas do café passou, mas atualmente existe um novo ciclo do rico Vale do Paraíba — o turismo sustentável.
Conheça a beleza natural de Bananal, aliada às construções dos ricos barões do café, e a beleza bucólica de Arapeí e São José do Barreiro, porta de entrada do Parque da Bocaina. Tem, ainda, a hospitalidade generosa de Areias, cidade que já hospedou imperadores; Queluz, aos pés da imponente Serra da Mantiqueira, com suas preservadas fazendas, e Silveiras, o primeiro município de São Paulo a se tornar área ambiental.
O Parque Nacional da Serra da Bocaina, entre as turbulentas metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro, é um oásis de paz e tranquilidade, protegendo a mais rica amostra de Mata Atlântica do País com seus rios e belíssimas cachoeiras. Lá podem ser encontrados, até hoje, remanescentes das trilhas abertas pelos escravos para escoamento do ouro e do café, denominado na época o ‘ouro verde’. Aprecie também a gastronomia local, com pratos para todos os gostos. Embarque nesta aventura que conta a história colonial do Brasil, num cenário natural de encher os olhos. É uma bela viagem!
O que ver e fazer:
BANANAL
É a maior cidade do Vale Histórico, com remanescentes da Mata Atlântica, trilhas ecológicas e cachoeiras. No passado, foi a principal via de escoamento das Minas Gerais para o porto de Paraty (RJ) e, durante o ciclo do café, foi uma das cidades mais ricas do Brasil.
IGREJA MATRIZ DO SENHOR BOM JESUS DO LIVRAMENTO. Praça Monsenhor Cid França Santos. Construída em 1811, em estilo colonial, guarda os 12 Apóstolos em madeira. A arquitetura é simples e fica em destaque na principal praça da cidade. Passou por várias reformas.
ESTAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO. Inaugurada em 1889, é um prédio de construção metálica, o único no gênero na América Latina, e o aço foi importado da Bélgica. O ramal da estrada de ferro foi desativado em 1963 e abriga hoje a Biblioteca Municipal, o Arquivo Histórico e a Rodoviária.
PHARMÁCIA POPULAR. Centro Histórico. A antiga Pharmacia Imperial foi inaugurada em 1830, pelo boticário francês Tourin Domingos Mosnier, primeiro farmacêutico da cidade. Sofreu uma única reforma no final do século XIX, ganhando traços neoclássicos. Com o final da monarquia passou a se chamar Pharmacia Popular. Os balcões eram em pinho de Riga, enfeitados por ânforas de cristal, contendo água colorida com anilina. O chão é todo revestido com ladrilhos franceses. O atual proprietário da farmácia herdou-a do pai, que a comprara em 1922, sob a condição de não modificá-la nem se desfazer de seu acervo. Recebeu o prêmio da Fundação Roberto Marinho como a mais antiga farmácia do Brasil em funcionamento, e continua tão bem cuidada quanto antes, quando abriu suas portas.
SOBRADOS DA RUA MANOEL DE AGUIAR N° 318 E 324. É um dos mais bonitos conjuntos urbanos de Bananal. Construídos em meados da segunda metade do século XIX formam um conjunto pela continuidade da fachada e cobertura, mesmo tendo os trabalhos de serralheria e a decoração das fachadas diferenciados.
SOBRADO DA RUA MANOEL DE AGUIAR N° 339. Quase em frente aos anteriores, integrando o mesmo conjunto urbano, tem a porta de entrada diferenciada em arco, que mostra a influência do neoclássico. Foi construído em 1895.
SOBRADOS DA PRAÇA PEDRO RAMOS N° 7 E 15. Integram, junto com o Hotel Brasil, o mais belo conjunto de edifícios de Bananal.
SOLAR DE LUCIANO JOSÉ DE ALMEIDA. Construído em 1847, o sobrado tem características das grandes residências urbanas do século XIX, com a sua planta em forma de ‘U’ abrigando um pátio de manobras para carruagens. Desde a década de 30 deste século abriga o Hotel Brasil.
FAZENDA DOS COQUEIROS. Rodovia dos Tropeiros em direção a Arapeí. A 5km do centro. Visitas agendadas com guias. Tel.: (12) 3116-1358. 9h/12h, e 14h/17h. R$ 6 por pessoa. O casarão construído em 1855 ainda conserva sua estrutura antiga, o lavador e o terreiro de café feitos de pedra, as senzalas, móveis antigos, documentos históricos, objetos da época e um autêntico moinho de fazer fubá. Tem ainda passeios a cavalo, trilhas na Mata Atlântica e visitas ao cemitério dos escravos.
FAZENDA RESGATE. Fica a 8 km da sede. Tel.: (12) 3116 -1577. Visitas de ter a sex, 8h/16h. Sáb, dom e fer, somente com autorização. R$ 10 por pessoa. Fundada no início do século passado, possui salões e capelas decorados pelo pintor espanhol José Maria Villaronga, admiravelmente restaurada e conservada pelos atuais proprietários.
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE BANANAL. Acesso pela Rodovia SP-247, a 25 km do centro histórico. São 884 hectares de Mata Atlântica, com mais de 200 espécies de animais ameaçados de extinção: o sagui da serra escuro, a onça parda, o cachorro do mato e aves como o gavião pega-macaco, o gavião-pomba, a aratinga, o jacu e o inhambu-açu. A importância deste ecossistema — que originalmente cobria todo litoral brasileiro — fez com que a UNESCO declarasse as áreas em que ele ainda ocorre como Patrimônio da Humanidade.
CACHOEIRA BRACUÍ Acesso pelo km 28 da Estrada Bocaina (Rodovia SP-247). Tel.: (24) 3363-1774. Fica na Pousada da Terra. 3 km de caminhada até as cinco quedas e poços para banho. A maior delas, com 70 m, é a última.
CACHOEIRA SETE QUEDAS Acesso pela Rodovia SP-247, km 15 à esquerda. Tel.: (12) 3116-2008. 7h/16h. Fica na Estação Ecológica de Bananal, pertinho da sede do parque. Com sete saltos, abrange 350 m de extensão, formada pelo Rio do Braço.
ARAPEÍ
A cidade possui as mais lindas trilhas da Mata Atlântica. Aproveite, mas é bom utilizar os serviços de um guia. A diversidade desta região, com cachoeiras, rios, cavernas e fazendas de café, encanta a todos que a visitam.
CAVERNA E CACHOEIRA ALAMBARY. Fazenda São Luis. Tel.: (12) 3115-1194. Visitas agendadas. Fica a 5 km do centro. A cachoeira tem 85 m de queda, formando uma piscina natural. O local oferece caminhada ecológica com vista panorâmica. Descoberta por caçadores no século XIX, a caverna tem estalactites e estalagmites por toda parte, e um córrego de águas cristalinas corta todos os compartimentos da caverna. Cachoeiras e piscinas naturais são um convite permanente para um belo passeio.
SÃO JOSÉ DO BARREIRO
Porta de entrada do Parque Nacional da Serra da Bocaina, a cidade nasceu da necessidade de novos núcleos urbanos para suportar o crescimento da população da região, a partir da cultura do café. A cidade atrai por sua beleza natural, com trilhas, cachoeiras, áreas verdes, os doces, a comida caseira e a hospitalidade.
REPRESA DO FUNIL. Distante 6 km do centro. Formando imenso lago, é uma excelente área de lazer para pescaria, natação e esportes náuticos de toda natureza.
PASSEIO À CACHOEIRA DE SANTO IZIDRO E DO PAREDÃO. MW Trekking. Tel.: (12) 3117 1220. R$ 95, com almoço. Na cachoeira de Santo Izidro, dá para tomar banho no poço que se forma e tomar sol. Na do Paredão tem uma rampa de decolagem de voo livre.
ÁGUA SANTA. Distante 1,5 km da cidade. Balneário natural, ponto predileto para banhos de sol sobre as pedras, e natação nas águas cristalinas do rio Barreiro. Fácil acesso para automóveis.
PICO DO TIRA CHAPÉU. 2.088 m de altitude, enormes cachoeiras e corredeiras formadas pelas águas dos rios Paraíba, Mambucaba, Bananal, Paca Grande e do Braço.
FAZENDA SÃO FRANCISCO. Tel.: (12) 3117-1264. Informações: (21) 2286-1736 ou (21) 2286-9763. www.fazendasaofrancisco.com.br. Fazenda mais antiga da região de São José do Barreiro, construída em 1813, vem sendo restaurada desde 1981. Conserva um certo ar de antigamente, expresso nos móveis (até do século XVIII) — em sua maioria, franceses em estilo art nouveau —, nos lustres, nas cantoneiras D. João VI e no guarda-louça D. Maria I. A pinacoteca brasileira contemporânea, um pequeno museu e a senzala completam a atmosfera. Para os não hóspedes existem opções de passeios organizados pela fazenda, como cavalgadas e trekking. É possível também fazer refeições na sede.
PARQUE NACIONAL DA SERRA DA BOCAINA. Do centro são 28 km em estrada de terra. Informações: (12) 3117 2183 e 3117 2188. Criado em 1971 e com 110 mil hectares de área, o Parque Nacional da Serra da Bocaina localiza-se entre Rio de Janeiro e São Paulo. Sua paisagem, típica de Mata Atlântica, compreende enseadas, ilhas oceânicas, despenhadeiros, grotões e vales profundos recobertos pela mata, além de rios e belíssimas cachoeiras, como as formadas pelo Rio Mambucaba e o Rio Veado.
AREIAS
Além de exemplares da arquitetura colonial, como a Igreja Matriz de Sant’Ana e a Casa da Cultura, que abriga documentos e objetos da revolução de 1932, pode-se conhecer parte da vida do escritor Monteiro Lobato, que viveu na cidade quando era Promotor Público de Areias. Conheça também o rico artesanato na Casa do Artesão. Cenários exuberantes e cachoeiras, banhos e vistas de todo o Vale Paraíba, proporcionam um contato com as riquezas da Serra da Bocaina.
IGREJA MATRIZ DE SANTANA. R. Nove de Julho Tel.: (12) 3107-1202. A construção, iniciada em 1792, só terminou em 1874. Dedicada a Sant’Ana, padroeira da cidade. Seu sino maior é famoso por ser ouvido à longa distância. No interior, imagens da Padroeira, de São Miguel e do senhor Morto.
HOTEL SANTANA. Construção histórica onde aconteciam grandes festas e eventos dos barões do café e que constantemente hospedava D. Pedro II. Aqui também se hospedou D. Pedro I, em agosto de 1822, a caminho do Ipiranga. A construção conserva sua arquitetura externa e parte da interna, como a sala de oratório e a grande cozinha com fogão à lenha.
CASA DA CÂMARA E CADEIA. Esta construção de 1833 abrigava a Câmara de Vereadores em seu andar superior e a cadeia em seu andar térreo. Atualmente, depois de restaurado, tornou-se um centro comunitário.
CASA DA CULTURA. Construção de 1825. Aqui residiram as famílias Cardoso de Almeida de Altenfender Silva. No local também funcionou a Santa Casa de Misericórdia. Em 1998 passou a ser sede da Casa de Cultura, para preservar a História.
QUELUZ
Queluz permite conhecer a história do escritor brasileiro Malba Tahan, e desfrutar das belezas de uma das mais imponentes serras do País, a Serra da Mantiqueira. O nome Queluz é homenagem ao solar português onde nasceu Dom Pedro I. O Município desenvolveu-se com a cultura do café, que deixou importantes marcos rurais, como as sedes ainda existentes, das fazendas de café.
CASA DE MALBA TAHAN. Centro — Praça Francisco de Chagas Lima, ao lado da Igreja da Matriz. Visitas das 8h/17h. Casa do grande escritor e matemático que viveu em Queluz, autor de vários livros famosos, como ‘Maktub’ e ‘O Homem que Calculava’. Atualmente, o local é o Museu e Biblioteca ‘Malba Tahan’, onde seu acervo pessoal encontra-se disponível para pesquisa.
ESTAÇÃO FERROVIÁRIA. Construída em 1874, a Estação ajudou o desenvolvimento do Vale do Paraíba, com o escoamento da produção para outras cidades. Atualmente funciona como Espaço Cultural.
SEDE DA FAZENDA RESTAURAÇÃO. Acesso pela Estrada do Custodinho. Construída em 1850 aos pés da Serra da Mantiqueira, em pleno ciclo do café, é propriedade particular e serviu como pouso para o Imperador D. Pedro I, quando de suas viagens.
SILVEIRAS
Silveiras se propõe a ser um parque temático sobre o tropeirismo. Referências a este tema estão por toda a parte. Mas, além do valor histórico, Silveiras também conta com uma natureza encantadora, de lindas cachoeiras, e o clima da montanha da Serra da Bocaina. O município é o primeiro do Estado de São Paulo a se transformar em Área de Proteção Ambiental. Além disso, o artesanato de Silveiras é rico e criativo. Vale a pena conferir.
CASARÃO TROPEIRO. Praça Padre Antônio Pereira de Azevedo 65, Centro. Entrada franca. Biblioteca, livraria, cursos e núcleo de pesquisa tropeirista. Hospedaria em casarão do século XIX, decorado com peças autênticas e culinária típica.
SÍTIO PINHAL. Estrada dos Macacos, Km 18. Tel.: (12) 3102-7179 / 9600-6836. Ambiente rural com opções de trilhas feitas a pé ou a cavalo, pesca, banhos em represas e rios. Tem ainda, opção de hospedagem e alimentação, além de Venda de licores, doces e queijos.
TRILHA DA INDEPENDÊNCIA. Vale caminhar pela Trilha da Independência (1822), conhecer as Trincheiras (1842-1932)e a cadeia de Euclides da Cunha.
CACHOEIRA DO RONCO D'ÁGUA. A 8 km do centro. Para quem quiser passear a pé, pela antiga trilha de tropeiros, a sugestão é fazer uma pausa na Cachoeira do Ronco D’ Água, no bairro do Bom Jesus.
Serviço:
COMO CHEGAR
Carro: do Rio até Bananal, saindo pela Av. Brasil ou Linha Vermelha, entra-se na BR 116 - Dutra, saindo no Km 273 (Barra Mansa - RJ) e seguindo pela RJ 157 até chegar a SP 064 - Rodovia Álvaro Brasil Filho. Daí, seguir até Bananal. São 157 km, do Rio a Bananal.
ARTESANATO
Entre no Paraíso Atelier. e Café. Est. dos Tropeiros Km 218. Tel.: (12) 3106-1341. www.entrenoparaiso.com.br. A Loja expõe e vende peças produzidas no atelier e de artesãos de Silveiras, do Vale Histórico, e também artesanato da Estrada Real, principalmente caminho velho de Tiradentes à Paraty.
DORMIR
>>Pousada Fazenda da Barra. Serra de Formoso, São José do Barreiro. Tel.: (12) 3117-1166. www.fazendadabarra.com. Fazenda colonial do ciclo de café.
>>Hotel Pousada Volterra. Ladeira dos Pinheiros 130. Altura SP 68 - km 316,8 (Estrada dos Tropeiros), Bananal. Tel.: (12) 3116-5491. www.pousadavolterra.com.br. Chalés e apartamentos simples e confortáveis.
>>Pousada da Fazenda. Sítio Velho. Bairro dos Botelhos, Areias. Tel.: (12) 3107-8228 / (21) 2527-8082 / 7877-2541. www.fazendasitiovelho.com.br. Hotel Fazenda bem agradável.
COMER
>>Restaurante Dona Licéia. Fazenda Caxambu, Arapeí. Tel.: (12) 3115-1412. 12h30/17h30. Comida brasileira da melhor qualidade, muito farta. Experimente o coelho a caçador. Preço único: R$ 95 por pessoa, sem bebidas, com direto a entrada, saladas,patês,prato principal,sobremesas,cafés e licores.
>>Fazenda da Barra. Serra de Formoso - São José do Barreiro. Tel.: (12) 3117-1166. www.fazendadabarra.com. Comida típica da fazenda.
Fonte: O Dia
Ótima matéria. Só uma observação: Restaurante da Dona Licéia é R$ 95,00 por pessoa, sem bebidas, mas conta com entrada, saladas, patês, prato principal, sobremesas, café e licores.
ResponderExcluirAgradecemos pela informação.
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