segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cachoeira Paulista: João Luiz sobre transição: “Minha conversa será agora com o Ministério Público”



Francisco Assis/Jornal Atos
Cachoeira Paulista


Depois da vitória no último dia 7, quando recebeu 53% dos votos, João Luiz (PT) se prepara para assumir a prefeitura em janeiro. Mas o período para o novo chefe do executivo não deve ser fácil, já que em busca de um trabalho de transição, ele vem obtendo respostas negativas da atual administração. Como resposta, o petista promete buscar apoio na justiça para evitar mais problemas do que já terá, quando tomar posse.

Na quinta-feira (18), João Luiz reuniu a imprensa regional para sua primeira entrevista coletiva, em um restaurante de Cachoeira. Em pauta, planos de governo, problemas na cidade como a saúde e a política de transição. 

Acompanhado da vice, Dadá Diogo (PTN), ele aproveitou ainda para anunciar dois nomes do novo secretariado. Alexandre Bueno foi indicado para a secretaria de Governo, enquanto Ricardo Fontes será o novo secretario da Agricultura.

Confira trechos da entrevista

Preparação 
O grande desafio é a governabilidade. Passa pela reestruturação da prefeitura, com desafio de modernizar a administração, em um trabalho com transparência para que o morador possa confiar, que vamos tratar dos investimentos, do orçamento com aquilo que é arrecadado e o que vem de verbas públicas de maneira séria, com uso devido dessas verbas. 

Santa Casa e crise na saúde
42% da população pediu que a saúde fosse a nossa prioridade. Hoje temos uma Santa Casa sucateada, que serve como um grande cabide de emprego. Internamente tem que ser revitalizada. A Santa Casa está sob intervenção, e tem uma divida de R$ 10 milhões. Quanto aos postos de saúde, temos o ‘Postão’, que não tem condições sanitárias e o ambulatório de especialidade que deve ser revitalizado. A unidade básica, o gerenciamento não está funcionando. O médico está ali para atender a população de certa região, mas muitos problemas, pela falta de médicos, estão sendo encaminhados ou para o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) ou acaba chegando ao Pronto Socorro. O gerenciamento não está funcionando e com as consultas, com a central de marcação, vamos diminuir a fila. 
Intervenção na Santa Casa

Enquanto a santa casa não conseguir caminhar como antes, como um hospital, fazendo sua manutenção, a prefeitura vai seguir com a intervenção. Essa é uma expectativa dos próprios funcionários. Ouviam que a prefeitura deixaria a Santa Casa se vencêssemos, o que não é verdade. Já fui provedor e funcionário da Santa Casa e sei da responsabilidade que o hospital tem com a população. Essa manutenção seria importante ser por meio de um trabalho próprio, ou por uma PPP (Parceria Público Privada), que tem dado certo em vários lugares. Isso vai depender da divida e ainda da questão dos funcionários, já que alguns estão lá há algum tempo e outros vieram na última administração. 

Secretariado
Após a eleição, iniciamos a preparação estratégica para o trabalho na prefeitura. Essa semana já pensamos em algumas secretarias. Estamos fechados com a secretaria de Governo, que terá o Alexandre Bueno e a de Agricultura, com o Ricardo Fontes. Tínhamos que estabelecer a de Governo, pois temos várias ações e Agricultura já era uma conversa com a população antes para chegar à escolha. Vamos trabalhar com pessoas técnicas, porque é o que queremos, não é uma escolha política.

Crescimento PT na região
O PT teve um grande crescimento na região, com vários prefeitos eleitos e ainda aguardando a situação de Taubaté. Isso tem um peso pela região metropolitana. Facilita nossa conversa, inclusive nesta sexta-feira, com uma reunião com o deputado Marco Aurélio, em Jacareí. Estamos conversando com emendas parlamentares, o que é importante para mostrar para o governo federal e nossa presidente Dilma Rousseff, a força que a região tem, com essa eleição e o grande número de prefeitos do PT. Ao mesmo tempo, o governador, que é PSDB, conhece nossa região, não deixará de nos atender. Isso foi fruto de trabalho sério do partido.

Dívida com fornecedores e funcionários 
A escolha do secretário de Administração e Finanças talvez seja a mais difícil. Trabalhamos com vários nomes, até para ver quem deve aceitar. O orçamento para o ano que vem aprovado na câmara é de R$ 53 milhões. A prefeitura apresentou um referencial de dívida em torno de R$ 19 milhões, e processados de R$ 1,7 milhão. Acreditamos que há mais que isso, só da Santa Casa deve chegar a R$ 10 milhões. Essa questão depende de seriedade, e o secretário de Administração e Finanças terá que desenvolver um trabalho para que a política pública não seja prejudicada. Temos que fazer isso rápido, porque a partir de 1 de janeiro, às 10h, o hospital tem que estar funcionando, assim como o Pronto Socorro, a limpeza pública, a questão dos professores, da merenda, e os fornecedores com várias dividas da prefeitura. Teremos que enxugar o orçamento e isso deve ser feito, cuidando das áreas devidas, com verbas carimbadas e buscar uma recontratação com esses fornecedores. Esse trabalho pode demorar um pouco mais, mas temos colocado isso à população, dando certeza que não vamos parar com os serviços essenciais. Para isso, seria importante um governo de transição, mas já pedimos para que nosso secretário de Administração e Finanças possa conhecer a atual situação. 

Transição 
O problema é que no calor da campanha foi dito que nem a chave da prefeitura seria entregue oficialmente. Estamos buscando ações estratégicas para ajudar a população. Com as atuais ações da prefeitura, como fechamento do PAT, Banco do povo, demissão de médicos, afetam diretamente a população. Por isso minha conversa será agora diretamente com o Ministério Público, para ter um direcionamento pelo que pode ser feito. Gostaríamos que fosse um período tranquilo de transição, mas no momento, as ações prejudicam o cidadão e a futura administração, em serviços essenciais.

Diálogo com vereadores
Entramos em conversa com vereadores, inclusive dois de oposição, que mostraram interesse na aproximação. Diferente da situação atual, eles querem realizar um trabalho em conjunto. Essa parceria tem que buscar melhorar os projetos para o bem da população. É para isso que existe o vereador, não só o da base, mas também o da oposição, que deve adicionar algo à população. Esse trabalho vem sendo agradável e todos querem essa sintonia com o governo.

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