Familiares do motociclista Marcelo Santos Cardoso na delegacia em Taubaté no dia do acidente.Foto: O Vale
Passados 26 dias do acidente que levou à morte do motociclista cachoeirense, Marcelo Santos Cardoso, a Polícia Civil de Taubaté ainda não abriu inquérito para investigar o caso.
O jovem de 25 anos foi atropelado pelo delegado da Receita Federal de São Paulo José Aparecido Dias, de 46 anos, no feriado do dia 15 de novembro na via Dutra.
O acidente foi registrado no plantão do 1º DP, mas como sendo de responsabilidade do 4ª DP. Do 4º DP, a ocorrência foi encaminhada para o 3º DP, que, segundo a polícia, teria enviado o processo de volta ao 1º DP.
Mesmo sem investigação, desde o dia do acidente, duas testemunhas já procuraram voluntariamente a polícia para dizer que viram o autor deixando a vítima no local ainda com vida, sem prestar socorro.
A família da vítima reclama que tem dificuldade em obter informações básicas sobre o andamento do caso e não sabe sequer o paradeiro da moto.
O Ministério Público de Taubaté também pressiona a polícia e já cobrou oficialmente a abertura do inquérito.
Família. “Queria saber das testemunhas, se foram ouvidas. A gente não tem resposta. Queremos saber como está o processo, não passam nada. Já fui em três delegacias, ninguém informa nada. Ninguém sabe ou, se sabe, não quer falar”, afirmou o irmão da vítima, Maurício Cardoso Neto.
A família procurou na tarde de ontem o ministério Público e foi atendida pelo promotor Paulo de Palma. “Ele disse que vai dar uma posição em cinco dias do que está acontecendo. Eles vão nomear também um defensor e um promotor, mas a gente não sabe quem vai resolver”, disse Cardoso Neto.
Outra reclamação do irmão é de que no Boletim de Ocorrência foi registrado que seu irmão não tinha carteira de habilitação mas, segundo ele, essa informação está errada.
Processo. O promotor criminal Paulo de Palma disse que recebeu a reclamação na tarde de ontem e pediu informações à polícia sobre o caso.
“Entrei em contato e expedi um ofício ao delegado seccional de polícia para que ele verifique o que está acontecendo. Eu vou ver se foi instaurado o inquérito. Se não foi, questionar por que não foi e, se instaurado, vou entrar em contato com o promotor que está no caso. Por enquanto só temos a reclamação da família.”
O delegado do 1º DP, José Luiz Miglioli, disse que não recebeu o B.O. e que o que estaria atrasando o processo seria o trâmite interno das delegacias. “A tramitação não está atrapalhando em nada. Todos os laudos foram requisitados, as testemunhas foram ouvidas. Todas as providências foram tomadas, estamos aguardando os laudos. O inquérito vai ser instaurado aqui no 1º DP, mas ainda não recebemos o caso”, afirmou Miglioli.
Até às 18h de ontem, nenhum representante da Polícia Civil respondeu sobre o paradeiro da moto.
Delegado diz estar à disposição
Taubaté
O delegado da Receita Federal, José Aparecido Dias, disse que continua trabalhando normalmente. Atualmente, está em período de férias.
Ele afirmou que já voltou à delegacia em Taubaté para fazer a perícia do veículo e que está à disposição para contribuir nas investigações. “Estou sempre à disposição da polícia para o que for preciso.”
Acidente.De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu por volta de 8h do dia 15 de novembro, no km 115 da Dutra, pista sentido Rio de Janeiro, em Taubaté.
José Aparecido Dias teria batido o carro na motocicleta de Marcelo Santos Cardoso. Após a colisão, a moto ficou prensada no veículo que estava na frente. Dias teria engatado marcha à ré e fugido pela direita. O motociclista foi arrastado por 30 metros.
fonte: O Vale
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