segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Grupo mapeia trilhas da serra

Andarilhos caminham pela trilha da Serra Fina rumo ao Alto do Capim Amarelo (2.570 m), na Serra da Mantiqueira.

Conhecer para preservar. É com esse objetivo que um grupo da região quer mapear as trilhas para escaladas na Serra da Mantiqueira.
A ideia é saber quantas pessoas percorrem essas trilhas e picos todos os anos e monitorar a “saúde” da montanha, evitando degradação.
Para tanto, o grupo prepara um segundo encontro para a próxima quarta-feira, em Itamonte (MG), com a meta de avançar na organização dos trabalhos.
A primeira reunião foi realizada no Parque Nacional de Itatiaia, em 16 de julho deste ano, com a participação de nove pessoas, entre montanhistas, representantes de entidades governamentais e ambientalistas.
“Nossa preocupação é dupla: preservar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, incentivar o turismo na região”, afirma Elias Adriano dos Santos, 58 anos, técnico de turismo e presidente da Associação Jaguamimbaba, de Cruzeiro.

Montanha. Considerada um dos lugares mais propícios para trilhas e escaladas na montanha, a Serra da Mantiqueira concentra 35 picos entre os mais altos do país, sendo nove deles em território da Região Metropolitana do Vale do Paraíba.
A serra se divide em 60% de áreas em Minas Gerais, 30% em São Paulo e 10% no Rio de Janeiro.
Na região, destaca-se a Pedra da Mina, a quinta montanha mais alta do Brasil, com 2.798,39 metros de altura. Situada entre Queluz e Lavrinhas, é um dos destinos preferidos dos turistas.
“A Pedra da Mina é um bom exemplo. Trata-se de uma RPPN [Reserva Particular do Patrimônio Natural] que é preservada. Temos que estender essa experiência a outros pontos”, diz Santos.

Organização. Para a analista ambiental Selma Ribeiro, representante da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira, há diversos eventos de montanha que tem ocorrido na região que também tem pressionado a serra.
“Há necessidade de um mínimo de ordenação, e isso não evoluirá sem a participação de todos os envolvidos com o assunto”, disse ela na reunião no Parque Nacional, defendendo a busca de experiências de outras regiões para adaptá-las na Serra da Mantiqueira.
Eduardo José Pereira, representante da RPPN Pedra da Mina, disse no encontro que três pontos precisam ser “atacados”: controle, comércio e disciplina.
Com as dificuldades de escalada na Pedra da Mina, ele contou que houve controle do acesso, mediante a necessidade de um guia local e permissão somente a pessoas com grande experiência de montanhismo e com uso de equipamentos de escalada em alguns locais. “Isso fez com que a vegetação continuasse preservada no local”, afirmou.

Região. O empresário César Togeiro, 47 anos, conhecido como ‘César Kamarão’, é um dos mais experientes conhecedores dos picos da região, especialmente no Vale Histórico.
Para ele, a crescente procura pelas trilhas da Serra da Mantiqueira reforça a necessidade de se buscar a organização da atividade, tanto dos guias quanto dos turistas.
Já tendo atuado como guia, ele conta que muitas vezes as pessoas chegam despreparadas para praticar trekking e montanhismo, o que acaba em incidentes que poderiam ser evitados com organização.
“Uma garota em uma expedição de vários amigos teve um ataque de pânico no alto da montanha. Nessa hora é que se vê a necessidade de organização e preparação”, diz.
Por isso, 80% dos guias contratados por empresas são pessoas da região. 

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Condephaat analisa pedido de tombamento

São José dos Campos
Responsável por analisar o pedido de tombamento da Serra da Mantiqueira desde 2011, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) decidiu, em reunião no final de junho, que são necessários mais estudos para embasar a proposta.
“Não havia elementos suficientes para decidir neste momento pela abertura ou arquivamento do estudo e tombamento”, informou o órgão, em nota oficial.
Os conselheiros propuseram que o processo de tombamento seja remetido à Fundação Florestal para elaboração de estudos.

Fases. Também será organizado um calendário de audiências públicas pelo Condephaat, além de seminários de discussão dos instrumentos possíveis de preservação.
Concluídas estas etapas, disse o Condephaat, os resultados serão incluídos no processo e submetidos a uma nova análise, sendo posteriormente remetida a um conselheiro relator, cujo novo parecer será votado pelo conselho.
Não há prazo definido para as novas etapas do processo. 

Projeto vai traçar perfil de visitantesO grupo de trabalho que busca organizar as trilhas na Serra da Mantiqueira pretende fazer um levantamento do perfil das pessoas que vêm à região praticar trekking e montanhismo. Além disso, eles também querem quantificar os praticantes para preservar o meio ambiente e estimular o turismo consciente. “O intuito é organizar, não proibir”, diz Elias Santos.

Guia relata dias de busca em mataCláudio Tordelline, 50 anos, morou no Vale do Paraíba durante 36 anos. Vivendo em São Paulo atualmente, ele conta a experiência de ter se perdido numa mata, na Serra da Mantiqueira, há 20 anos, quando fazia montanhismo com um grupo de amigos. “Não tínhamos guia e o tempo fechou. Nos perdemos facilmente. Ficamos três dias lá até sermos resgatados”, contou.



Fonte: O Vale

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