Golpes
de falso sequestro continuam acontecendo no país e cair na 'conversa' dos
criminosos ainda é frequente.
De
acordo com a Polícia Militar (PM), é comum a vítima se desesperar ao receber
uma ligação comunicando que um parente está em posse de bandidos. Porém, há
maneiras de agir e manter a situação sob controle.
Há um mês a família do empresário de Juiz de Fora (MG), Marcelio Guilherme, de
25 anos, passou por uma dessas situações. De acordo com ele, o dia jamais será
esquecido. “Minha irmã foi surpreendida pela ligação dos bandidos logo cedo,
por volta das 8h. Eles não sabiam o nome de ninguém para iniciar o falso
sequestro. O erro partiu da minha irmã. Eles disseram: ‘Estamos com sua filha
aqui. Ou você deposita R$ 10 mil para mim agora ou eu a apago’. Minha irmã no
desespero disse o nome da minha sobrinha e essa foi a gota d'água para aumentar
o pânico”.
Apesar do nervosismo, a irmã de Marcelio conseguiu
manter os bandidos no telefone enquanto ele tentava contato com a sobrinha pelo
celular. Porém, como ela estava em aula, o telefone estava desligado. “Eles
deram dez minutos para fazer o depósito. Este foi o tempo suficiente para eu ir
de moto até a escola e ver que ela estava lá, sentada assistindo uma aula de
geografia sem saber de nada que estava acontecendo”, contou.
A mesma situação aconteceu com a estudante de Medicina
Veterinária Samantha de Alcântara, de 33 anos, também de Juiz de Fora. A data
do crime ficou registrada na memória. "Foi numa sexta-feira, 4 de outubro
deste ano. Eu havia acabado de chegar da faculdade, estava em casa. Era por volta das
10h30. Naquele dia minha aula iria até às 12h, mas a turma acabou sendo
dispensada mais cedo. Ligaram a cobrar para a minha casa, de um número sem
identificação. Minha mãe atendeu e uma voz feminina gritava ‘Mãe, socorro, eu
fui sequestrada, me ajuda’. Logo em seguida, uma voz masculina tomou a vez
gritando com a minha mãe, falando que estava com a filha dela e que queria R$
70 mil. Caso contrário, cortaria os dedos e orelhas da filha”, disse. No
entanto, nesse dia, a irmã de Samantha também estava em casa e a mãe logo
percebeu que se tratava de um golpe. “Minha mãe pegou o celular e ligou para a
polícia, os deixando ouvir toda a ligação. Ela conseguiu ficar na linha com os
falsos sequestradores por uns 15 minutos e depois revelou que sabia que se
tratava de um golpe”, comentou.
O fato se repetiu com a agente comunitária de saúde
Andreia Dazini, de 33 anos, moradora da mesma cidade. “Eu tinha uma consulta
médica marcada por volta de 9h30. Saí da unidade de saúde onde eu trabalho e
fui para o médico. Enquanto estava lá percebi que os meus dois celulares
estavam descarregados. Não me importei porque havia avisado à minha mãe da
consulta. Quando voltei para casa minha mãe estava no portão com uma cara
esquisita. Ela me disse que alguém havia ligado pra ela chorando e pedindo
socorro dizendo que tinha sido sequestrada”, relatou.
Em
todas as situações, o sentimento é o mesmo: medo. “Por mais que a gente veja
sempre isso acontecendo com os outros, a gente nunca imagina que vai acontecer
conosco. Fica sempre a dúvida: E se for verdade? Muito nos assustou quando o
nosso identificador de chamada mostrou o número que estava ligando. Era DDD da
nossa região e isso, para a gente, aumentavam as chances de ser verdade”,
relembrou Marcelio.
Já Andreia, diz que a mãe ficou bastante nervosa. “Ela
ficou muito assustada, mas graças a Deus manteve a calma. Eles nem chegaram a
exigir nada, não deu tempo. Eu já havia falado com ela sobre esse assunto e
pedi que desligasse o telefone e me ligasse se algo parecido acontecesse”,
falou.
Como agir
De acordo com o policial militar Emiliano Reis, ocorrências desse tipo não devem nunca ser desprezadas. “É muito arriscado pensar que o sequestro de fato não está acontecendo. O falso pode ser verdadeiro”, ressaltou. Desta forma, segundo ele, o primeiro passo é buscar fazer contato com a vítima. “É preciso certificar-se da veracidade do fato e em seguida procurar os órgãos policiais, pelo 190 ou disque denúncia”.
Ainda segundo Emiliano, mesmo após a certificação da
falsidade do sequestro, é preciso notificar a polícia. “Se existir algum dado
residual, como um número de telefone, é importante passar para os policiais.
Assim as polícias Civil e Militar podem buscar solucionar o caso, dar
prosseguimento às investigações”, enfatizou.
Fonte: g1.globo.com
Em Cruzeiro segundo informações apuradas varias pessoas vem recebendo este tipo de ligação e quatro teriam caido no golpe e depositado dinheiro em conta dos bandidos.
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