quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Morre o cruzeirense Marcio Thomaz Bastos


O ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos morreu aos 79 anos na manhã desta quinta. A informação foi confirmada pela família.
Ele estava internado há alguns dias no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para tratamento de problemas no pulmão.

Desde o mês passado, o ex-ministro apresentava tosse e um pouco de fraqueza. Na semana passada, ele fez uma viagem de trabalho aos Estados Unidos e na volta apresentou um quadro de embolia, que chegou a afetar seu coração.

Fonte: Folha de São Paulo

Formado em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (tradicional Largo de São Francisco) na turma de 1958, é casado com Maria Leonor de Castro Bastos.
Participou de seu primeiro júri em 1957, ainda na condição de solicitador acadêmico. Entre defesas e acusações, ao longo deste tempo, trabalhou em quase 1000 julgamentos perante o Tribunal do Júri, quase sempre defendendo gratuitamente acusados que não tinham condições de arcar com honorários advocatícios.
Na biografia de Bastos registra-se uma hiato entre sua formação em 1958 e a aproximação dos movimentos populares, notadamente com a participação´como assistente de acusação dos assassinos de Chico Mendes. O que não se registra é que durante a ditadura militar o advogado Bastos foi filiado à ARENA, partido pelo qual foi eleito vereador. o advogado Bastos foi o responsável pelas indicações para o STF feitas no Governo Lula, das quais resultaram a atual composição daquele tribunal.
Advogado exclusivamente de direito criminal, Márcio Thomaz Bastos atuou ao lado do Eliseu Buchmeier na acusação dos assassinos de Chico Mendes.
É fundador e chefe de um dos mais respeitados escritórios de advocacia criminal do país, no qual atuou até 2003, quando tornou-se ministro da Justiça, a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Teve como sócios, até assumir a pasta ministerial, os advogados Sônia Cochrane Ráo, Dora Cavalcanti Cordani e Luiz Fernando Pacheco.
Seu escritório com sede em São Paulo, lidera a equipe de defesa do médico Roger Abdelmassih2 , condenado a 278 anos de prisão, hoje capturado, como também à defesa dos estudantes que, durante um trote, afogaram Edison Tsung Chi Hsueh, estudante de medicina encontrado morto em uma piscina da USP em 1999, dos estudantes que assassinaram um chefe - indio da aldeia pataxó em Brasília, que causou forte comoção nacional em 1997, em ambos os casos, os estudantes foram sentenciados e encontram-se em liberdade vigiada.
Em 2012, figura como um dos advogados responsáveis pela defesa do estudante Thor Batista, filho do empresário Eike Batista acusado de causar a morte de um ciclista na BR-040 por excesso de velocidade.
Seu escritório atualmente, aceitou a defesa do empresário Carlinhos Cachoeira, em crime de Colarinho Branco, esse de conotação diferente das dos outros, crimes considerados comuns, pois tem forte conotação política, devido ao novo paradigma do Código Penal.

Atuação pública


Em
 1990, após a eleição de Fernando Collor, integrou o governo paralelo instituído pelo Partido dos Trabalhadores como encarregado do setor de Justiça e Segurança. Em 1992, juntamente com o jurista Evandro Lins e Silva, participou da redação da petição que resultou no impeachment do presidente da República.Foi presidente da Seccional da OAB de São Paulo, gestão de 1983 até 1985, com participação no movimento pelas Diretas Já, e do Conselho Federal da OAB, de1987 até 1989, período da Constituinte.
Em 1996, defendeu uma campanha informativa, encampada pela OAB, para incentivar o voto consciente dos eleitores. A campanha visava ainda cobrar dos candidatos às eleições a divulgação dos financiadores de suas campanhas para que o público soubesse quem estava por trás de cada um deles.
Foi fundador, juntamente com Severo GomesJair Meneghelli e dom Luciano Mendes de Almeida, do movimento "Ação pela Cidadania". Recentemente, ao lado de profissionais liberais como o criminalista Arnaldo Malheiros Filho, fundou o IDDD - Instituto de Defesa do Direito de Defesa.
Mantem várias idéias polêmicas, como a liberação da maconha e demais entorpecentes, controle externo do judiciário e ampliação das penas alternativas.
Atualmente, advogado de Carlos Augusto de Almeida Ramos Cachoeira- Bicheiro que segundo Policia Federal é uma das pessoas suspeitas de formação de quadrilha e corrupção com membros infiltrados em várias áreas do governo.

Ministério da Justiça

Como ministro da justiça do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacou-se pela reestruturação da Polícia Federal, bem como também pela aprovação da Emenda Constitucional 45 (conhecida como a Reforma do Poder Judiciário), e pelo Estatuto do Desarmamento; pela Homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, iniciativa das comunidades indígenas; e pelo início da reestruturação do Sistema Brasileiro de Concorrência (esse iniciado durante sua administração junto ao governo Lula).
Após cumprir um período de quarentena, retornou à advocacia em São Paulo, onde escritório de sua administração acompanha judicialmente o Caso de Carlinhos Cachoeira em processo antigo, no que se refere a organizações criminosas e que agora se encontra em Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPIM) do Congresso Nacional, que procura equacionar o problema altamente complexo, da esfera Politica, do Crime organizado/Organização criminosa, no Brasil.
A ação desenvolve-se a partir de vários inquéritos interligados, da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência, já iniciados no governo Fernando Henrique Cardoso da versão moderna e coordenadora do Sistema Nacional de Inteligência do Brasil, que remontam a mais de dez anos de investigação a nível de Governo Federal.


Cruzeiro, cidade natal de Márcio Thomaz Bastos, decreta luto de 3 dias


A Prefeitura de Cruzeiro e a seção local da OAB decretaram luto de três dias pela morte do ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Ele faleceu nesta quinta-feira (20) depois de ficar internado durante uma semana no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Perdemos um dos filhos mais ilustres do nosso município. Um homem que deixou enraizada em Cruzeiro uma história de lutas e conquistas. Eu acredito que falo por todos os munícipes quando digo que Cruzeiro amanheceu mais triste com a notícia do falecimento do nosso querido Márcio Thomaz Bastos”, disse o prefeito de Cruzeiro, Rafic Zake Simão, em nota.

A OAB de Cruzeiro também lamentou a morte do jurista e em nota destacou que Bastos, ao longo de sua vida, sempre lutou para assegurar as garantias do direito de defesa e pelas prerrogativas dos advogados. "Hoje a advocacia do Brasil perde um dos seus maiores criminalistas", afirmou o presidente da entidade, Alexandre Soares Louzada.


Atualizado ás 18h10
Fonte: g1.globo.com/vanguarda

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