quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Formare Maxion Cruzeiro completa 20 anos colecionando sucessos

O Formare de Cruzeiro mantido pelas empresas Maxion Structural Components, Maxion Wheels e AmstedMaxion, está comemorando 20 anos de existência em 2015. Neste período, que se confunde com a história da própria Fundação Iochpe, iniciada em 1988, 321 jovens de baixa renda receberam qualificação profissional e hoje fazem a diferença no mercado de trabalho.

Um deles é Luiz Fernando da Silva, de 33 anos, que foi aluno da turma de 1996 e trabalha na própria Maxion até hoje. Na empresa, já atuou como operador de produção, pintor, líder multifuncional no chão de fábrica até chegar a coordenador de produção. Hoje, orgulha-se por ter tido a oportunidade de realizar um curso dentro de uma "empresa de grande porte reconhecida e motivo de orgulho", além de desenvolvido habilidades que o evidenciaram no ambiente corporativo: "O curso me permitiu entender um pouco mais de pessoas e ser mais proativo. Então, com esta visão holística, a parte técnica acabou despontando naturalmente. Após iniciar minha carreira na Maxion, fui fazer faculdade de Engenharia de Produção e, em breve, quero ingressar numa pós", conta.

Ex-aluna da turma de 2009, Rita de Cássia Lobo, de 23 anos, seguiu o mesmo caminho de sucesso --trabalha como assistente de processo na CPI | Tegus, pioneira no Brasil na produção de papel decorativo para revestimento de móveis. Antes disso, fez estágio e passou pelas áreas de marketing, administrativo, desenvolvimento e qualidade. "Acho que soube aproveitar as oportunidades que tive. Quando entrei como estagiária, o RH da empresa me disse que eu tinha múltiplas habilidades. Por isso, passei por vários setores até chegar onde estou. Não existe plano de carreira, o que existe é trabalho duro, valores sólidos e estar pronto para assumir os desafios ao longo do caminho", diz. "Nisto, o Formare me ajudou muito. Foi um meio de libertação, onde aprendi a fazer escolhas conscientes, evoluir e caminhar na direção do autoconhecimento para me transformar numa jovem realizada e realizadora", completa ela, que se formou em Administração de Empresas.

Crédito das imagens: Arquivos pessoais/Arte Formare



Hoje,  ela retribui um pouco do que aprendeu participando de um projeto da empresa ligado a uma escola pública da região em que orienta os alunos sobre o futuro profissional: "sou mentora de uma aluna que quer ser fisioterapeuta. Temos reuniões quinzenais e a ajudo a encontrar os melhores caminhos para realizar seu sonho. É uma experiência e tanto."



As diferenças entre os profissionais que fizeram Formare dos que não tiveram a mesma chance também é visível para Raquel Florence, coordenadora do Formare Maxion Cruzeiro há sete anos: "O diferencial é o aspecto comportamental, pois as habilidades técnicas podem ser treinadas com o tempo." Ela própria, em razão deste envolvimento com o programa, considera-se uma colaboradora muito mais completa. "O Formare me deixou mais flexível, sensível, prudente, me ajudou a desenvolver a comunicação, capacidade de negociação com gerentes e diretores e a criatividade. Vejo-o como uma grande escola de Recursos Humanos. Com ele, descobri o que me faz feliz."


Voluntariado - Grande pilar do programa, o voluntariado corporativo é o que dá vida ao Formare. O engenheiro químico Eduardo Alexandre Vieira, de 39 anos, talvez seja o exemplo mais claro deste comprometimento na Maxion de Cruzeiro. Afinal, desde 1997 dedica seu tempo lecionando Desenho Técnico Mecânico aos jovens do programa, sendo 8 destes quase 19 anos como colaborador de outras empresas --a Petrobras é a atual, onde trabalha como Coordenador de Inspeção de Fabricação de Equipamentos. "O convite para ingressar partiu do Josafá, projetista de chassis que foi o primeiro educador da disciplina na Maxion Cruzeiro. A ideia era que o substituísse por um tempo, mas isto dura até hoje", ri.

Segundo Vieira, desenvolver a oratória para as atividades em um grupo teatral e outro da igreja foi, ao lado do suporte na formação dos jovens, as principais motivações para assumir o compromisso. Porém, com o tempo, a grande inspiração passou a atender pelo nome de "Tânia Maria Zampieri Sellmann", gestora, educadora e coordenadora durante anos do Formare Maxion, falecida no final de 2013. "Passei a observar a grande organização, a excelente condução educacional e o trabalho extremamente dedicado dela, que tornou-se, até hoje, meu principal exemplo profissional", recorda.

O resultado deste esforço? Vieira tem na ponta da língua: "Vi muitos jovens com inúmeros problemas e, muitas vezes, sem nenhuma perspectiva de crescimento se transformarem em grandes profissionais --engenheiros, técnicos, coordenadores, supervisores de indústria e comércio, professores e até mesmo educadores voluntários do Formare", diz ele, que, por conta desta experiência, revela que aprendeu a olhar com mais atenção para o próximo e a compartilhar cada vez mais as informações.

"Depois que o Formare entrou na minha vida, fiz mais dois cursos técnicos, Engenharia Química na USP, passei em concurso da Petrobras e, em breve, devo começar meu mestrado. Quando tenho algum tempo, ainda ministro palestras técnicas em escolas e empresas. Devo muito mais ao Formare e à Fundação Iochpe do que eles próprios possam imaginar."


 
Se, por um lado, há aqueles que se tornaram uma espécie de "patrimônio" do Formare pelo tempo de dedicação à causa, outros ainda estão pavimentando sua história no programa, mas com a mesma energia e disposição. É o caso do Supervisor de Produção da AmstedMaxion Eduardo Hoenhe, de 30 anos, há um ano como voluntário de Gestão da Qualidade e Gestão da Produção. "Quis doar um pouquinho do meu conhecimento e tempo para ajudar estes jovens, retornando à sociedade as oportunidades que tive --bons ensinamentos, amizades e professores", conta.



Além da sensação de bem-estar por ajudar quem mais precisa, Hoenhe conta que o Formare também lhe deixou mais em evidência na empresa: "Proporcionou-me revisitar vários conceitos, buscar atualizações e, o mais importante, aprender a aprender. Desejo muito, no futuro, compartilhar, de maneira planejada, minha vida profissional com a docência."

Este ano, mais 20 jovens estão realizando o curso do Formare na Maxion de Cruzeiro, integrando um universo de 1.680 jovens distribuídos em 84 Unidades de Ensino de 51 empresas parceiras. Que a história, enfim, continue.


 
(por Edson Lovatto, da Fundação Iochpe)

Fonte: www.formare.org.br

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