terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Cruzeirense que voava na Esquadrilha da Fumaça estaria completando 83 anos hoje



Completaria 83 anos hoje, uma das maiores lendas na aviação brasileira. Aquele que por mais tempo voou na Esquadrilha da Fumaça. Sinônimo de idealismo e amor à Instituição, o saudoso cruzeirense Coronel Antonio Arthur BRAGA. Junto com seu T-6, conquistou a admiração de todos e seus voos inspiram, ainda hoje, gerações de pilotos.


HISTÓRICO:

CORONEL-AVIADOR ANTÔNIO ARTHUR BRAGA

“...O lendário Coronel Braga, um ícone da aviação brasileira, foi um dos mais queridos aviadores da FAB. Eterno Piloto da Esquadrilha da Fumaça, foi fonte inspiradora para diversas gerações de pilotos civis e militares. 

Acompanhado de seu inseparável amigo, o avião T-6, arrancou suspiros e aplausos de milhões de pessoas com suas arrojadas e seguras acrobacias aéreas. Ele irá passar para a história como uma referência mundial. Realizou mais de mil demonstrações aéreas nos quatros cantos desse imenso Brasil e em diversos países da América do Sul e Central. 

Com mais de dez mil horas de vôo, será sempre um verdadeiro exemplo de idealismo e amor a uma instituição. Aos que conheceram e tiveram o privilégio de assistir a habilidade do homem que deu sentido ao ballet aéreo, certamente guardarão a lembrança do profissional que transformou seu dever de ofício em arte... 

O Coronel Braga nasceu no dia 3 de fevereiro de 1932, na cidade de Cruzeiro, São Paulo. Paulista de nascença, sempre foi um carioca de coração, apaixonado pelo bairro onde residiu a vida inteira, Botafogo. Ingressou na Escola de Aeronáutica em 1950, tendo sido declarado Aspirante-a-Oficial-Aviador em dezembro de 1955. Instrutor de Vôo na Escola de Aeronáutica, o Coronel Braga tornar-se-ia imortal com a imagem de Piloto da Esquadrilha da Fumaça. 

O texto abaixo, escrito de próprio punho, traduz, na essência, o sentimento desse Cavaleiro dos Ares”. 

“Início da década de 50. Campo dos Afonsos... 

Os cadetes, naquela ensolarada manhã, faziam educação física, no campo de futebol, defronte ao Corpo de Cadetes. Súbito, fazendo um enorme ruído, surgem no céu, em formação, quatro aviões. Evoluem, num verdadeiro balé aéreo, fazendo diversas manobras acrobáticas, deixando-nos extasiados, cheios de vibração. 

Eu era um dos cadetes que ficou seduzido pelo magnífico espetáculo. 

Os T-6, em ousadas acrobacias, faziam meu sangue correr rápido nas veias, acelerado pelo forte pulsar do coração. Foi um dia marcante. Imaginei, desde então, como seria bom estar lá, entre aqueles aviadores... 

Veio o Aspirantado. Fui para NATAL voar o B25 e retornei ao legendário Campo dos Afonsos, desta vez como Instrutor de Vôo. Gostei muito da instrução aérea. Foi quando senti que me aperfeiçoava nessa tarefa de sempre corrigir o erro em cada interferência nos comandos pelo aluno.

. Após três anos, aceitei o convite do então Capitão Alaor para fazer parte da Esquadrilha da Fumaça. Foi outro importante momento de minha vida profissional. Naquela ocasião, continuei como instrutor, voando de vez em quando na Esquadrilha, porque oficialmente a nossa equipe acrobática não existia, tendo sido criada somente por uma Portaria expedida em 1963. Talvez a situação no ano anterior tenha facilitado essa decisão, pois no ano de 1962, a Esquadrilha realizou somente oito demonstrações. Os vôos eram permitidos somente através de ordem de ministros e outras altas autoridades. 

A mudança foi total. Começou uma fase áurea, com o constante e profícuo trabalho de Relações Públicas no contato permanente com colegiais, com a imprensa e com o público em geral. As viagens tornavam a já famosa Esquadrilha da Fumaça cada vez mais conhecida. Essa importante missão de Relações Públicas é o que torna gratificante o trabalho dos integrantes da Fumaça. 

A transferência da sede para o então QG-3 (Aeroporto Santos-Dumont) facilitou muito os contatos com autoridades, colegiais, artistas e imprensa, fazendo com que se tornasse a Unidade mais conhecida da FAB. 

Nesse período, foram atingidas marcas notáveis:

Em 1971, foi a vez da viagem mais longa de T-6. A Esquadrilha fez demonstrações na Guiana, Venezuela, Panamá e Guatemala. 

Cumpri no Esquadrão mais de mil demonstrações em 17 anos consecutivos. 
.
Foram incalculáveis as amizades e as vocações despertadas. Sinto-me plenamente realizado quando ouço inúmeros pilotos confessarem que ingressaram na carreira motivados pela nossa querida “Fumaça”, que são Aviadores graças aos espetáculos aéreos que em todas as épocas sempre motivaram, motivam e mantêm acesa a chama da carreira da vitória. 

Ademais, o círculo de amigos e conhecidos que continua a me estimular na magia do vôo, num show aéreo, vale a infinita emoção que sinto nesses momentos.” 

Coronel Braga, eterno fumaceiro, amava sua missão como poucos. Feliz retorno à Base.

Braga faleceu em 2003.

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